Basta parar alguns minutos para perceber ao redor que, algo muito sério está acontecendo, e é bem aqui, perto de nós. Pessoas que conhecemos bem, convivemos, estão abrindo mão da própria vida e isso é cada vez mais comum. O que está acontecendo?

O que percebemos hoje é que, talvez por conta de tanta tecnologia, as pessoas estão cada vez mais sozinhas. Basta olhar as rodas de amigos, um ao lado do outro, porém, absortos em seus próprios mundos, mergulhados nas redes sociais, preocupados se seus post's foram ou não curtidos. 

São raras as pessoas que estão dispostas a ouvir apenas pelo ouvir, com sinceridade interessados no outro, em contrapartida são inúmeros aqueles que esperam ansiosamente por alguém que lhes emprestem um pouco do seu tempo para abrirem o coração e falar de suas angústias, medos, temores e da profunda solidão que lhes abraçam todas as noites.

As pessoas não olham mais umas para as outras e isso é quase fatal para seres humanos que necessitam de relacionar-se, dependemos sim das nossas relações interpessoais para nos constituir enquanto individuo, necessitamos de pares.

É até possível que sejamos sozinhos, que vivamos sozinhos, porém, bom, nunca será. E por conta dessa mudança de comportamento social, a cada dia pessoas e mais pessoas estão vivendo imersos na mais profunda solidão, e são engolidos pela depressão e pela desesperança.

Pessoas que conhecemos que aparentemente estão bem, mas que de repente desistem da própria vida e o pior de tudo é que, quando tomamos conhecimento ficamos atônitos, mas apenas por alguns instantes e logo passa, porque na verdade o outro tem nos interessado cada vez menos.

Talvez a pergunta correta fosse: O que está acontecendo conosco? Estamos perdendo nossa empatia? Porque estamos tão frios? Agora mesmo, enquanto você lê esse texto, certamente tem alguém que você conheça que esteja passando exatamente por isso, quem sabe até você mesmo!

É assim, uma tristeza inexplicável, angústia, aperto no coração, desesperança e sensação de que nada vai dar certo, total desesperança. Pessoas reais que muitas vezes, só tem a tela de um computador ou um aparelho celular, falta-lhes um abraço sincero de alguém que não importa o que aconteça, estará lá, e que não será julgada, apenas alguém que te ouça e que diga, eu entendo, conte comigo! Que sejamos assim, vida na vida de alguém! 

Maralins Lopes Rezende
Graduanda em Psicologia