A bagagem da vida

A bagagem da vida

Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina na mão. À medida que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando. Por que você recolhe muitas coisas pelo caminho? Com certeza porque pensa que é importante.

A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar tantas coisas. Pesa demais. Então você pode escolher: ficar sentado à beira do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos os que passarem por ali já terão sua própria bagagem, ou você pode aliviar o peso, esvaziando a mala. Mas o que tirar?

Você começa tirando tudo para fora, e vendo o que tem dentro. Amizade, nossa! Tem bastante, e curioso, não pesa nada. Mas tem algo pesado, você faz força para tirar. É a raiva, e como ela pesa! Aí você começa a tirar, tirar, e aparecem a incompreensão, o medo, o pessimismo...

Nesse momento o desânimo quase leva você para dentro da mala. Mas você o puxa para fora com toda a força, e aparece um sorriso, que estava sufocado no fundo de sua bagagem. Pula para fora outro sorriso e mais outro e aí, sai a felicidade.

Você coloca as mãos dentro da mala de novo e tira para fora a tristeza. Agora você vai ter que procurar a paciência dentro da mala, pois você vai precisar bastante. Procure então o resto: força, esperança, coragem, entusiasmo, equilíbrio, responsabilidade, tolerância, bom humor...

Tire a preocupação também, e a deixe de lado. Depois você pensa o que fazer com ela. Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo! Mas pensa: o que você vai colocar lá dentro? 

Agora é com você, e não se esqueça de fazer isso mais vezes, pois o caminho é muito, muito longo! Não há porque carregar tanto peso. Não compensa. A vida é curta e passageira, não vale a pena carregar sentimentos ruins, sofrer por coisas sem valor, brigar por detalhes insignificantes. Não vale a pena mesmo. Solte todas essas amarras que tem pesado a sua bagagem, solte tudo que está prendendo você a sentimentos feios, sujos, inescrupulosos, sentimentos que fazem de você uma pessoa amarga e triste. 

Rivalcir Liberato