A dor de uma perda

A dor de uma perda

“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.7). Este verso é muito comum em um dos momentos mais difíceis da vida... a hora da despedida, da separação! Nas cerimônias fúnebres ao som de uma dor que traspassa a alma, são ouvidas tais palavras legítimas, verdadeiras e sagradas, porém inconsoláveis.

Não há perda mais inconsolável senão a perda de um ente querido. Não  é à toa que um número significativo de pessoas vivem anos a fio cultivando essa dor, guardando-a em um lugar acessível diariamente ou noturnamente, afim de atenuar sua culpa ou saudade, apaziguar o coração despedaçado. Somado a essa dor vem sempre a iminência da próxima perda, visto que ninguém é eterno neste mundo.

Então surge uma pergunta: como enfrentar esse dilema? Como viver e conviver com essa possiblidade que certamente baterá em sua porta?

Pois bem, em primeiro lugar é imprescindível dizer-lhe que essa perda pode ser momentânea. A depender dos seus valores nessa vida e do seu propósito supremo nessa terra, a Bíblia nos garante que há um lugar, uma morada eterna preparada para todos quantos confessaram o Senhor Jesus como único e suficiente salvador de suas vidas (Jo 11.25).

Em segundo lugar, há uma vida para ser vivida por aqueles que ficam. A vida não paralisa! E para prosseguir vitoriosamente, é preciso clamar por socorro e consolo do alto... É preciso se permitir ser consolado... deixar que o vazio seja preenchido por Aquele que tem todo domínio e todo poder. O grande desejo de Deus é fazer morada em corações cujo o desespero instalado tornou-se insuportável.

Mas em terceiro lugar, não feche os olhos para o que está à sua volta. É possível aprender lições preciosas em tempos de perda. Perder é sentir dor, e dor é uma linguagem que todos nós entendemos muito bem. Há lições valiosas que só aprendemos na linguagem da dor. Seja por teimosia ou coração obstinado, o fato é que na dor nossa visão se transforma, nossos rumos são alinhados e muita coisa à nossa volta pode fazer um novo sentido.  

E lhes enxugará dos olhos toda a lágrima; não haverá mais morte... nem dor... (Ap.21.4)                

Pr. Altemar Luiz
Bacharel em Teologia
Graduando em Psicologia
Pastor da 1ª Igreja Presbiteriana de Iúna